|
A banda paulistana Holy
Sagga que faz um heavy metal melódico, já tem 10 anos de estrada ( completando agora em 2004 ) batalhando frente ao metal brasileiro. E após estabilização no line up atualmente é formada por Maurício Queiroz ( Vocal ), Anderson Carlo ( Guitarra ), Gustavo Duarte ( Baixo ), Gabriel Lobitsky ( Bateria ) e José Antônio Cardillo ( Teclados ). Um dos maiores feitos que divulgaram a banda foi a participação no projeto conceitual William Shakespeare's Hamlet realizado pela Die Hard Records com a faixa Dagger of Words. Neste período a banda usava o nome Sagga e após lançarem em 2002, o seu primeiro excelente álbum intitulado Planetude aconteceu um problema: durante a fase de distribuição descobriram que já existia uma banda canadense com o nome Saga e tiveram que mudar para Holy Sagga ( nota da edição: que em nada mudou a proposta da banda ). Atualmente a banda foi convidada para participar de um CD Tributo ao Manowar pela Nuclear Blast. Confira abaixo o papo com Maurício Queiroz realizado durante o V Monters of Poços. |
Rock On Stage: Primeiramente eu gostaria
de saber toda aquela resolução em torno do nome. Que inicialmente era
Sagga e depois virou Holy Sagga, e vocês tiveram um trabalho com isso,
tiveram que tirar a prensagem, depois de colocar de novo o álbum com o
nome de Holy Sagga. O que aconteceu na verdade? Maurício Queiroz: Na verdade, isso
atrapalhou bastante a gente, até porque estávamos negociando o
licenciamento na Europa e por causa desse empecilho a gente só pode estar
lançando no Japão. Mas graças a Deus, tudo está indo muito bem no Japão,
nas primeiras três semanas venderam três mil cópias, foi do caralho. Só
que o lance é o seguinte, tinha uma banda na Europa, na verdade é
canadense, com o nome de Saga, só que a fazia muito sucesso na
Europa, mais precisamente na Alemanha e quando a gente foi licenciar o CD
na Europa o pessoal falou sem chance, vocês vão ter de trocar de nome. E
deu todo aquele rolo, mas a gente trocou e a galera já assimilou o nome, Holy
Sagga, só que a gente está esperando lançar o segundo álbum para
lançar na Europa Rock On Stage: Na verdade essa banda
canadense tem apenas um “g” no nome Saga, mas a entonação
atrapalharia também a divulgação de vocês. Maurício Queiroz: com certeza,
seria a mesma coisa do que dois Shaman, não rolaria. Rock On Stage Eu queria que você
explicasse o que quer dizer Planetude. E toda a parte lírica do álbum. Maurício Queiroz: Cara, essa
pergunta quem poderia te responder mais precisamente é o Anderson Rock On Stage: O fato de ter a produção
feita pelo Sascha Paeth e também ter gravado no Creative Sound com o
Philip Colodetti, isso ajudou bastante no processo de composição da
banda, vendo um resultado tão positivo? Maurício Queiroz: Sim, com certeza,
até porque a gente sempre prezou por uma qualidade, ou seja, que o CD
tivesse uma qualidade bacana, porque eu acho que não vale a pena você
lançar um trabalho com uma qualidade ruim, muitas vezes a tua música é
boa, só que você lança teu trabalho e a galera não consegue assimilar
aquela musicalidade do CD, então a gente se procurou pessoas que pudessem
estar fazendo esse trabalho, que pudesse estar realizando esse trabalho, Philip
Colodetti, eu acho, que sem ele talvez o resultado não tivesse sido
do jeito que saiu, e a gente ficou super contente com o resultado, foi
fantástico. Rock On Stage: Ele tem a fama de ser um
cara, além de exigente, perfeccionista. Maurício Queiroz: Com certeza, na
verdade o cara pegou o trabalho e ele não produziu, ele não modificou as
músicas, só que a sonoridade que ele deu nas músicas foi humana, ele
deu uma outra sonoridade que parece que deu mais vida a música. Rock On Stage: Outra coisa que ele é
bem famoso é a questão da timbragem dos instrumentos que acaba ficando
perfeita mesmo, não é ? Maurício Queiroz: É, pior que ele
nem timbrou os instrumentos, só que na mixagem ele deixou o bagulho mais
que virando, isso que é foda cara, imagina se o cara tivesse timbrado. Rock On Stage: Qual o conceito para você
de underground no Brasil, como está o underground no Brasil e qual é o
meio termo entre as bandas que estão no underground e as que tem um nível
melhor? Maurício Queiroz: Eu acho que tem
muitas bandas no underground que teriam totais condições de estar acima,
e que eu acho que muitas vezes essas bandas não encontram pessoas que
trabalhem por elas, acho que toda banda precisa de um marketing, essa é a
verdade, até para banda aparecer, para a galera conhecer, mas eu acho que
está mudando, a coisa está melhorando a cada dia, tem grandes bandas e
elas estão tendo essa preocupação de estar fazendo um CD bem feito, com
músicas legais, e acho que com o tempo a cena não vai-se restringir
apenas a poucas bandas que estão no auge, vão ter muitas e muitas
bandas. Rock On Stage: Você acha que no Brasil
o lance de grana está sendo muito complicado para bandas boas não
poderem ter ascensão legal ainda? Maurício Queiroz: Com certeza, eu
acho que é como te falei, a galera tem um certo receio de estar
investindo em bandas com o nome tachado em Heavy Metal, isso aqui no
Brasil infelizmente é um nome que acaba sendo meio pejorativo, não sei
porquê, mas eu acho que a mentalidade já está mudando, inclusive da
parte das pessoas que trabalham com música que já estão vendo o que
Heavy Metal também pode ser uma fonte de renda pros caras; e o público só
ganha com isso. Rock On Stage: No caso de vocês, as
pessoas imaginam que vocês tendo um disco bem produzido, com uma produção
boa, foi muito fácil; mas não é, o Holy Sagga já está com quase dez
anos de estrada. O que você pode falar
a respeito disso? Maurício Queiroz: Na verdade a
banda existe desde 1994, eu entrei em 96, a gente gravou nossa primeira
demo tape 97. É assim cara, na verdade pra gente agora ainda é o começo,
a gente ainda sente muita dificuldade. Só que é bacana que a galera está
aceitando o trabalho, a galera da imprensa, como vocês, que estão nos
acolhendo de uma certa forma, então pra gente está sendo muito bom, a gente está feliz. Rock On Stage: Sobre a participação
especial do André Mattos no álbum, na faixa Fight For Survival,
como que foi? Maurício Queiroz: Pra gente isso
foi um presente, foi a espécie de uma coroação no trabalho, porque a
gente não tinha contanto com o cara, conhecemos ele através de um amigo
que mostrou nosso trabalho para ele. O André achou muito legal e o
nosso amigo sugeriu que ele participasse, e participou na hora. O André
foi super gente boa, nós podemos perceber que o cara além de ser um
puta de um vocalista, o cara faz jus ao que é, grande pessoa também. ( R.O.S.:
Ele está mesmo conseguindo conquistar o mundo ) Com certeza, mas
ele é merecedor disso, a gente assiste ao show do Shaman, daqui a
pouco começa o show Rock On Stage: Vocês foram convidados
para participar e vão gravar uma faixa para o Tributo ao Manowar com a
faixa Hail and Kill, queria que você falasse a respeito disso. Maurício Queiroz: Cara, isso foi um
convite da gravadora Nuclear Blast, como te falei a gente lançou o
trabalho no Japão e de certa forma repercutiu na Europa. Também o
pessoal da Nuclear Blast ouviu nosso trabalho, entrou em contato
com a gente para ver se estávamos interessados em estar participando, e
para gente foi a melhor coisa que aconteceu e é uma honra fazer parte
deste Tributo ao Manowar que é uma puta banda. E
acreditamos que isso possa trazer bons frutos para gente. Rock On Stage: Gostaria de agradecer por
você ter dado esta entrevista ao Rock On Stage, Maurício Queiroz, você
e a banda estão de parabéns, o show está excelente, principalmente na
parte de covers que foi muito mesmo bem escolhida. O show de vocês é
matador. Parabéns, que vocês cresçam cada vez mais, vocês merecem,
pois estão trabalhando para isso e não estão trabalhando pouco, parabéns
mais uma vez e deixo a você suas considerações finais. Maurício Queiroz: Obrigado ao Rock
On Stage e o que eu quero dizer cara, é que agradeço a vocês por
estarem fazendo essa entrevista. Acho bem bacana essa força que vocês dão.
Valeu. Site www.saggaonline.com
Por Pedro Araújo
|