Rock
On Stage - Primeiramente gostaríamos que você falasse uma breve história
do NervoChaos, como começaram, as principais influências e o tempo de
estrada.
Edu:
O NervoChaos começou em setembro de 1996, e a gente sofreu
algumas mudanças de formação. A banda lançou três demo tapes, a
primeira chamada NervoChaos, que saiu em 1996, a segunda chamada Desfigured
Chirst, que saiu em 2000, e a mais nova que vai sair agora, que se
chama Necro Satanic Cult, além disso a gente tem dois CD’s, o
primeiro é Pay Back Times, que saiu em 1998, e o segundo que
saiu no ano passado, ou seja, 2002, que é o Legion of Spirits
Infernal. A gente já fez quatro turnês pelo Brasil. Tocamos com
bandas como Kreator, Napalm, Death, Biohazard,
Deeds of Flesh, Disgod e Montrosity. A formação
atual da banda é: Cezar (G/V), Fabiano (B) e Edu
(D).As principais influências variam desde o Metal dos anos 90,
passando por Black Sabbath, Iron Maiden, Metallica
antigo, Slayer, Pantera, Napalm, Death, Kreator,
Sodom, Possessed, Venon, Bathory, e mais uma
porrada de bandas.
Rock On
Stage -
Ou seja, as bandas que moldaram o Metal.
Edu:
É a raiz né, desde Led
Zepellin, Black Sabbath o começo dos anos 70
e o final dos anos 60, até a década de 80 com o Thrash Metal, e
depois o Death Metal dos anos 90. E é isso aí, tudo o que é feito com
verdade a gente curte, independente dos rótulos que são dados pela
galera.
Rock On
Stage -
O Nervochaos têm sido um grande representante do Death Metal brasileiro
no exterior. Como foi essa experiência?
Edu:
Na verdade a gente só foi uma vez para o exterior. Fomos para a Bolívia,
onde a gente tocou em La Paz, em 1998, e foi legal pra caralho! E agora
a gente têm planos de um futuro próximo, com o terceiro CD, de repente
estar indo pra for a, e também fazendo uma
outra turnê nacional.
Rock On
Stage - Qual é a sua visão sobre a música extrema no Brasil hoje?
Pergunto isso pois você criou a Tumba Records, que se tornou um selo
super importante para o crescimento e a divulgação de bandas que
jamais teriam a oportunidade de lançarem seus trabalhos. Fale-nos um
pouco sobre a Tumba Records.
Edu:
A Tumba começou em 1996, inicialmente com o nome de Muvuca
Records.
Era um lance bem caseiro, e com o tempo a gente foi se
profissionalizando, e começando a crescer. Abrimos uma loja na Galeria
do Rock, e desde então a gente vem fazendo produção de show e
agenciamento de bandas. O cenário extremo nacional cresceu muito de
cinco anos pra cá. Há algumas bandas muito boas, percussoras do Metal
Mundial. Como o Krisiun, e outras, ao que podemos ver, vêm
fazendo um trabalho excelente. Acho que cada vez mais o Brasil têm
revelado melhores nomes, mais gravadoras boas, melhores zines, melhores
revistas...Enfim, a cena tá crescendo, e falta só mais um pouco de união
da galera em nome do Metal verdadeiro, e não ficar preocupando com facções
de Death, Thrash ou Black, e sim pela família do Metal. Têm tudo pra
dar certo, o Brasil é um dos maiores berços do mundo, revelando Bandas
de Metal desde os anos 80.
Rock On Stage - Você pode me dizer o nome de algumas bandas que tem
chamado a sua atenção, pois você deve ter um vasto material de bandas
em mãos. Creio que nem dê tempo de ouvir tudo!
Edu:
Olha, têm várias bandas que eu gostaria de citar, mas peço desculpas
se esquecer de alguma. As que me lembro agora são: Torture Squad,
Zoltar, Drowned, In Hell, Oligarquia, Ophiolatry, Funeratus, Collapse NR, e mais uma porrada de musicas boas, como Krisiun, que
continua detonando. E acho que a gente tem mais é que mostrar mesmo que
o produto nacional não deve nada pros gringos, entendeu? E a galera
precisa começar a valorizar mais, e não ter que esperar uma aprovação
da galera de fora, pra começar que é do caralho as bandas nacionais,
porquê tem muita banda do caralho aí, que está desconhecida, no
underground, e que vale a pena ser conferido ao vivo.
Rock On Stage - A
Tumba Records também o possibilitou de organizar o festival “Setembro
Negro”, na opinião de muitos, o maior de música extrema feito até
hoje, e tendo o “Hate Eternal” como Headliner. Qual foi o resultado
deste Festival para você?
Edu: Cara, a idéia dos festivais surgiu no final do ano
retrasado, 2001, e a Tumba
no ano de 2002, veio com uma proposta de fazer dois festivais de música
extrema, sendo o “I Extreme Metal Fest ” que rolou com o Monstrosity
e mais quinze bandas nacionais e depois o “Setembro Negro”,
que rolou com o Hate Eternal e mais dezessete ou dezoito bandas
nacionais em dois palcos. Acho que foi super positivo, mostrou que esta
precisando de festivais assim, até porque têm muita banda boa e têm público.
E a galera precisa começar a comparecer, a prestigiar as bandas
nacionais e os festivais. A nossa idéia é fazer uma nova edição todo
o ano, sendo que agora no dia 15 de março tem o “Extreme Metal
Festival II”, com duas bandas de fora, e mais dez bandas
nacionais. E é isso aí, a gente pretende sempre estar fazendo esses
festivais todo ano, e, além disso, estamos agenciando bandas nacionais
também para fazer turnê , como o Nephast, Torture Squad
e outras.
Rock On Stage -
Sobre o projeto “Hamlet”, vocês participaram
com a faixa “The Truth Appears”. Você acha que a participação
do NervoChaos, assim como a do Torture Squad, serviu para encerrar
aquele assunto de quem gosta de melódico, não gosta de Death e
vice-versa? Pelo menos há um grande
respeito entre as bandas, concorda?
Edu: Eu acho que quem fala isso é um ignorante, tá ligado!
Porque o Metal não começou como o Death Metal, e sim como Hard Rock e
Heavy Metal. Acho que todo músico de Metal verdadeiro, têm a mente
aberta o suficiente para poder ouvir um bom Heavy Metal tradicional, ou
um bom Power Metal, ou porque não um bom Death
Metal, entendeu? Então acho que isso é uma barreira imposta,
uma coisa ruim e a prova disso foi o Hamlet, que foi um projeto
ousado da Die Hard, que convidou a gente, e junto com o Torture Squad,
fomos às únicas bandas representantes do Death Metal. Foi uma
iniciativa do caralho, e pra gente foi muito legal. Espero que venham
mais projetos como esse aí!
Rock On Stage -
Ainda sobre a faixa “The Truth Appears”, como foi
feito o convite para a participação de vocês no projeto? E vocês,
fizeram a música antes de terem o poema em mãos, ou foi ao contrário?
Edu: Não, na verdade a gente terminou de compor essa música,
quando estávamos gravando o CD “Legion of Spirits Infernal”
.Daí foi dado o poema, uma parte da história do Hamlet, pra
gente. E fizemos uma música que têm bastante a nossa cara, utilizando
as letras do Hamlet, no caso, e acho que o resultado final foi
bem satisfatório. A gente ficou bem satisfeito com o resultado.
Rock On
Stage - Fale-nos um pouco sobre as temáticas que vocês costumam
abordar, até porque muita gente pensa que o Death Metal fala única e
exclusivamente do “Capeta”.
Edu: Não, não é só isso, a gente fala do capeta, de morte, de
tripa, de todo lance agressivo mesmo, que é pra combinar com o som, pra
mostrar energia pra galera. Não tem como ser agressivo e falar de
flores e Jesus. O agressivo tem que xingar o bastardo e lançar o demônio.
Rock On
Stage - E os planos para 2003?
Edu: A gente vai lançar a demo Necro Satanic Cult agora,
e têm mais um guitarrista que ta pra entrar na banda, que é o Fábio,
que era do Corrosion e do Zoltar. Aí vamos começar a
trabalhar o material para o próximo CD, o terceiro. Temos feito alguns
shows mais para estrear com baixista mesmo. E também começaremos a
divulgação do material novo. E é isso aí, pra esse ano é muito
show, e espero que a galera compareça como compareceu no ano passado. E
cada vez mais, ficamos agradecidos com todo mundo.
Rock
On Stage - Suas considerações finais. Agradeço sua entrevista.
Edu:
Queria agradecer a você pelo apoio, pelo Zine, e também todo mundo do
Festival, da Festa
Rock, tá legal pra caramba. E é isso aí, espero que a
gente possa se cruzar em breve aí, nos shows. E a galera que tiver
interessada em entrar em contato com a gente, é só escrever. E se não
souber o endereço, escreva pro Zine, saca?? E é isso aí, Metal na
veia!!
Cezar:
Então vou falar pra galera continuar curtindo a podreira aí, e Metal
sempre, e o diabo na cabeça, e vamos curtir aí. E também tem o site
do NervoChaos, que é www.nervochaos.hpg.com.br,
e lá tem o e-mail também. Se quiser contratar show é só entrar no
site da Tumba ( N.R.: www.tumbarecords.com.br
). E é isso aí mano, podreira eterna!! Valeu!
Por
Pedro Araújo
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