|
Parte 1:
Origens e Primeiros Discos |
Desta
vez estou aqui para lhes contar a história de uma banda, que ao passar
dos anos se tornou um dos maiores expoentes e mais queridas do heavy metal
nacional: o Angra. Que na mitologia tupi guarani quer dizer Deusa
do Fogo e na língua portuguesa quer dizer: uma pequena baía
ou enseada usada como porto natural. E para nós brasileiros além da
superbanda que temos com esse nome, também um dos lugares mais lindos do
país ( Angra dos Reis ) e também nome de usinas de energia
nuclear. Mas o que interessa aqui para este especial do Rock
On Stage é o Angra
que detona no meio musical. A história inicial do Angra passa por uma parte da história do Viper, outra grande banda brasileira e uma das primeiras ao lado do Sepultura, que desbravaram os mercados europeus e japoneses para muitas bandas que se seguiram após eles. Antes deles, era muito difícil alguma banda brasileira estourar lá fora, agora, graças aos heróicos trabalhos iniciais, e também a um apoio maior da mídia especializada e a internet se tornou um pouco mais fácil.
|
Primeira
formação Em 1992,
após algumas diferenças quanto ao rumo musical que o Viper pretendia
tomar, André Matos A dupla começa a pensar e planeja montar uma banda de heavy metal com influências clássicas ( o que hoje chamamos de heavy metal melódico ), que inicialmente deu alguns problemas para a banda escolher o estilo; haja visto que cada integrante trazia suas próprias influências para a banda. Na sua formação original o Angra contava com Luís Mariutti no baixo ( nascido no dia 22 de março de 1971 em São Paulo/SP ), Marco Antunes ( bateria ) além de André ( vocais ) e Rafael ( guitarra ). Dois meses depois o guitarrista Kiko Loureiro ( nascido em 16 de junho de 1972 no Rio de Janeiro/RJ ) entra na banda. |
|
Com o time pronto a banda parte para vários ensaios e em um ano é
produzida a primeira fita demo Reaching Horizons que alcançou
uma boa repercussão e levou a banda a assinar com uma gravadora ( a Eldorado
foi a escolhida, uma das únicas que investiam em metal nacional na época
– ainda bem que hoje isso mudou ) para lançar o seu primeiro álbum. Poucos dias antes do início
das gravações, Marco Antunes alega divergências com o produtor
dessa primeira gravação, e deixa a banda ( que erro não? ). Com
isso Alex Holzwarth ( baterista da banda alemã Siegens Even,
que posteriormente iria para o Rhapsody ) assume o lugar apenas
para gravar o álbum Angels Cry ( 1993 ) – sem dúvida nenhuma um
dos maiores clássicos do Angra e um fantástico disco de estréia,
que até hoje serve de parâmetro de comparação com todos os outros lançamentos
posteriores. Logo Ricardo Confessori ( nascido no dia 25 de
janeiro de 1969 em São Paulo/SP ) entra na banda e assume de vez o
lugar deixado por Marco Antunes. Essa formação que se tornou clássica
durou até o lançamento de Fireworks.
|
![]() |
Reaching
Horizons 1992
A demo contava com as seguintes músicas: Evil Warning, Time,
Reaching Horizons, Carry On, Queen Of The Night
e Angels Cry, além
das músicas bônus Don't
Despair e Wuthering Heights.
|
Angels Cry -
o aclamado primeiro álbum Angels
Cry recebe ótimas críticas da imprensa internacional e nacional, que
o Angra leva a ser banda revelação do ano. Algumas delas : Burrn!
( Japão ), Flash ( Itália ), Rock Brigade ( Brasil ), Hard
Rock Falando mais especificamente do álbum, Angels Cry contava inicialmente com 10 faixas, mas posteriormente foram adicionadas algumas faixas bônus. A Introdução era com a faixa Unfinished Allegro que era a abertura para a, hoje considerada por todos como um clássico: Carry On – sendo indispensável em qualquer set list do Angra desde então. Peso e velocidade na bateria, guitarras melódicas e solos rápidos nas guitarras e no baixo, vocais perfeitos, enfim uma música memorável. Após esse magnífico petardo inicial temos Time que começa mais lenta e no decorrer tem uma inversão perfeita, com presença de teclados, riffs e solos de primeira. Em seguida Angels Cry, a faixa título, que mostra uma melodia grandiosa, um heavy metal maravilhoso e com influências clássicas, a mescla que é a característica da banda, é outra que nunca pode faltar em nenhum show, afinal é difícil um fã ver o Angra e não pedir Angels Cry. |
Stand Away é a quinta faixa do disco, mais lenta, com backing vocals de Rafael Bittencourt e essa faixa dá uma impressão de ópera, mas com toda a base de metal. Em Never Understand, temos um ponto forte do disco, com uma das mais belas faixas deste e de todos os discos do Angra, que além de uma bela canção de metal, tem claras influências de música brasileira, preste atenção nos solos finais e me fale depois ( são fantásticos não ? ). |
|
![]() |
André Matos mostra toda a versatilidade de sua voz na
cover de Wuthering
Heights da cantora pop Kate Bush, que ficou muito fantástica
nessa versão metal que o Angra fez e na época ( 1993 ) era
altamente tocada nas rádios ( tanto que na época, com tantas belas
faixas no disco, o Angra era mais conhecido por essa música ).
Streets of Tomorrow – de volta ao peso. Evil Warning –
mais uma canção super melódica, com um solaço de baixo e riffs de
guitarras marcantes.
Fechando as 10 primeiras canções originais do Angra Lasting
Child dividida em duas partes, que é mais um momento fantástico do
disco: partes que são música clássica pura, metal, riffs, vocais
maravilhosos, enfim é a fecha com chave de ouro do cd ( preste atenção
na melodia dessa faixa – não é demais? ).
Na reprensagem do álbum, foram adicionadas as faixas Evil
Warning com vocais diferentes, Angels Cry e Carry On
remixadas - um brinde para os
fãs. |
E Angels Cry contou com participações especiais de Alex Holzwarth ( bateria ), Thomas Nack, Sascha Paeth, Kai Hansen e Dirk Schlächter. Produzido por Charlie Bauerfeind e Sascha Paeth e foi disco de ouro no Japão. continua Por Fernando Júnior |