I Reunion Of Metal - Sábado dia 19 de julho de 2003 
Clube Recreativo de Engenheiro Coelho/SP

Rock On Stage - Estamos aqui com a banda Executer direto do I Reunion Metal Festival 
( veja como foi ) e a gente está falando com o Paulo e com o Juca, direto pro Rock on Stage. Primeiramente eu sei que vocês são uma banda veterana do cenário nacional, vamos dizer assim, conte uma breve história pra gente.

Juca: O Executer começou em 86, foi até 91, gravou Rotten all Thorns, rapaziada da região aí tá ligada, sabe qual é o Rotten all Thorns, aí parou durante 10 anos, aí voltou no final de 2001, já gravou o Psychotic Mind e já tá na mão.  

Rock On Stage - E como foi o lance com a Hellion, acho que finalmente vocês estão tendo a oportunidade de gravar com um selo que é legal, que vai ter uma distribuição legal, como foi o contato com eles?

Juca: O contato já vem desde 91, porque o Rotten Authorities saiu pela Hellion, só que a Hellion era a Heavy Metal Maniacs, aí a gente foi gravar o Rotten Authorities, quando acabou, eles passaram à Hellion, nesses 12 anos, agora a gente voltou e quer dizer o contato foi fácil, a gente levou lá o trampo já pronto, só fizeram a parte gráfica e saiu o Psychotic Mind.

Rock On Stage - E apesar de ser um disco, já tá saindo do forno, como está sendo a repercussão?

Paulo: Por enquanto a gente não tá sabendo porque saiu semana passada, então a gente não está por dentro de vendas e repercussão. Acho que daqui um mês ou dois meses a gente vai estar mais ligado sobre esse ponto de lance de vendas, mas a gente acredita que o trabalho está bem feito, tá bem elaborado, a gente evoluiu bastante em termos de música, este trabalho está bom, foi feito com muita garra. Agora daqui pra frente a gente vai ver como vai ser a repercussão, espero que seja legal, e vai ser legal.

Rock On Stage - Como foi o processo de gravação? E como foi gravado? Qual foi a temática usada? Sempre aquela temática que fala do social, aquela disgraceira, como é que é?

Paulo: Exatamente, a temática é o que a gente usou desde o primeiro LP , a gente sempre fala de coisas realistas, coisas do dia-a-dia, violência, guerra, as insanidades desse mundo que a gente vive, esse mundo louco que vivemos, então a maioria das letras foram feitas por mim em parceria com o Juca, vocalista. a temática nossa é sempre falar a real, o que acontece no dia-a-dia nosso e de todo mundo, é loucura, insanidade, guerra, violência, é o que a gente realmente sabe falar.

Rock On Stage - Queria que vocês dividissem com a gente as lembranças do underground anos 80, que vocês fizeram parte com certeza. Como que era?

Juca: Primeiro vou tentar lembrar, faz tempo pra caralho, poucos neurônios. São as melhores possíveis, porque realmente era o começo do metal aqui no Brasil, pra nós do interior era um negócio que a tinha que buscar, não vinha nada fácil na mão. Hoje em dia internet, a gente tinha que ir pra São Paulo pra ver o que tava rolando.

Paulo: Responder uma porrada de carta, nossa!!! tinha uma tonelada de carta, aí gente chegava na casa do Juca, dividia um pacote de carta pra cada um, ia respondendo, não tinha internet, não tinha essa tecnologia que tem hoje, então a gente respondia na raça, hoje em dia tá mais fácil, pode responder por e-mail, mas continuam as cartas e a gente vai respondendo na medida do possível.

Rock On Stage - E a questão de shows, como era naquela época?

Paulo: Não difere muito do com o de hoje, tinha que sair na estrada mesmo, com a grana no bolso, hoje em dia parece que tá mudando um pouco. Com o apoio da gravadora, a Hellion se erguem nesses tempos, mas era foda cara, tinha que sair com a grana do bolso e era por amor ao metal mesmo. Você tinha que ir viajar 300 Km, levar a aparelhagem até de ônibus, porque a gente não tinha carro, nada.  O lance de equipamento hoje em dia é que ajuda bastante do que era, ainda passamos dificuldades  em alguns lugares que não tem um som legal pra mostrar o trampo, mas antigamente era pior do que é hoje.

Rock On Stage - Inclusive houve um lance de vocês  terem um fan clube na Alemanha, como que rolou isso aí, isso existiu mesmo ou foi só boato?

Juca: Isso aí existiu, consciente, a Hellion, que é a Hellion hoje aqui no Brasil, que era a Heavy Metal Maniacs na época do Rotten all Thorns, ela era licenciada pela Hellion da Alemanha, então o Rotten all Thorns saiu aqui, já saiu lá simultâneo, e dizem as más línguas da gravadora que vendeu pra caralho lá, o que aconteceu, thrash na Alemanha é o que manda até hoje, então os caras falaram que vendeu muito, a gente nunca viu isso aí, passou a maior cara, a hora que a gente voltou, vimos lá no site, fã clube do Executer. Porra não acreditamos, quer dizer não era fã clube era uma galera  que curtia nosso som, sabia que a gente era uma porrada de thrash, aí a gente não foi atrás, não entrou em contato com ninguém, nem tinha endereço de nada, foi um boato que foi verdade, a gente viu que rolou, mas não sabendo a proporção disso aí.  

Rock On Stage - Então não existiu nenhum contato da Alemanha ou de qualquer outro país?

Paulo: Existe sim, pelo site www.metaleiros.de, que é deutsche da Alemanha, inclusive eu entrei em contato com eles, esse site é feito por um alemão de bandas da América Latina, então tem Brasil, México, Chile, Uruguai, então eu entrei nesse site e tava lá a capa do LP, Rotten all Thorns de 1991, falando bem pra caramba, entrei em contato com esse cara falando que a gente tinha voltado e inclusive ele já quer o material novo, então a gente já tem contato na Alemanha de novo, é só a gente mandar o cd novo para ser divulgado pra lá.

Rock On Stage - Psychotic Mind está sendo a volta triunfal do Executer. Vocês pararam por quanto tempo e quais foram os motivos desta parada?

Juca: O motivo foi a saída do baterista, mas a gente não gosta de falar nisso (risos)...Sério, foi a saída do batera, a gente tentou arrumar outros, mas sinceramente nosso batera é nosso batera e ele está tocando com a gente de novo, a mesma formação de 12 anos atrás e era para rolar isso daí e vai rolar agora até o final. Até alguém partir desta para uma pior, vai rolar essa mesmo 
( risos ). Mas a parada mesmo do Executer, não foi um ou outro  querer parar, ele saiu e a gente não conseguiu encaixar ninguém.

Paulo: O batera saiu da banda por motivos pessoais, que não vem ao caso, ele não tava mais a fim de tocar esse tipo de som, a gente fez testes com outros bateristas mas infelizmente ninguém chegou ao nível dele, não é puxando o saco nada, então a gente resolveu desencanar, resolveu parar e essa desencanação durou por 10 anos. Hoje a gente voltou com a mesma formação, com o baterista e vamos seguir em frente ou até morrer cara, vamos seguir divulgando esse trabalho novo, Psychotic Mind, vamos divulgar em todos os cantos deste país.

Rock On Stage - Falar de influências pra vocês é piada. Quais são então?

Juca: Quais são? Vamos voltar ao tempo aí. Primeiro, vamos ver, eu não posso deixar de falar do Metallica e Slayer. Hoje em dia eles são outros, a gente continua os mesmos, passou 12 anos e o Executer é o mesmo, mas Metallica, Exodus, Nuclear Assault, Slayer,Possessed, Testament, Whiplash, Destruction, Kreator, At War, Dark Anger; as bandas antigas, , completamente thrash anos 80... Skol, Bhrama, Antarctica, Smirnoff, Drury´s, Schin, Pedrão Ratão ( esse aí vocês não conhecem, vão bora pra frente - risos ).

Rock On Stage - Quais são as perspectivas e as metas daqui pra frente com o novo álbum?

Paulo: Shows, Shows...  

Juca: Eu quero ir pro Japão pra comer uma japonesa ( risos )... Sério cara, eu vi um clipe na internet ontem, do Matrix ( nota da edição : a Trinity ) , eu encanei que eu quero aquela muié, eu quero tocar no Japão.

Paulo: Vamos falar sério vai... Shows, Shows e mais shows. Trabalhando, trabalhando, divulgando esse cd em qualquer buraco aí!!!  

Juca: Já tem uma música pronta pro próximo.

Rock On Stage - O que posso falar falar pra vocês é que estão de parabéns, primeiramente por te voltado à ativa e quero agradecer por vocês terem cedido a entrevista pra gente e quero que deixem uma mensagem pro pessoal do Rock On Stage e pros fãs do Executer.

Juca: Espero que o pessoal que ver essa entrevista e que curtem o Rock On Stage aí dentro possa apoiar não só o Executer, mas o metal nacional em geral, que vocês vão elevar sempre o metal brasileiro pra fora, é isso aí meu.  

Paulo: O lance é seguinte: vocês vão editar isso pra caralho, porque saiu muita bosta, mas sério cara o site Rock On Stage está de parabéns, você Pedro, Ricardo e o Fernando estão de parabéns, porque são pessoas como vocês que dão apoio ao underground, estão apoiando as bandas novas e a gente que já está meio velhinho, voltamos agora e estamos começando do zero de novo e as pessoas que curtem Executer desde a época antiga e agora os que estão conhecendo o trabalho novo. Meu, comprem o cd Psychotic Mind, que tá do caralho, foi feito com muita garra, foi feito com amor mesmo ao metal, thrash metal cara. Curtam esse cd e vão aos shows cara, porque tá do caralho, e é o seguinte, valeu a força mesmo.  

( Nota do webmaster/edição: não editamos porra nenhuma - risos

Por Pedro Araujo

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